Atlético-GO questiona gastos do Corinthians em meio a dívida bilionária

Críticas à Gestão Financeira do Corinthians

Adson Batista, mandatário do Atlético-GO, expressou seu descontentamento com a maneira como o Corinthians tem operado no mercado de transferências, mesmo diante de uma dívida colossal. Segundo o dirigente, o clube paulista está "contratando e queimando dinheiro a todo momento", uma prática que ele considera insustentável e irresponsável.

O presidente do Atlético-GO enfatiza que o futebol brasileiro necessita de um controle financeiro mais rigoroso e justo, com regras estabelecidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele argumenta que a falta de limites e obrigações claras permite que clubes, como o Corinthians , acumulem dívidas sem a devida responsabilização.

A Necessidade de Fair Play Financeiro no Futebol Brasileiro

Para Adson Batista, é "inadmissível" que um clube com dívidas superiores a R$ 2 bilhões continue gastando sem restrições. Ele destaca a importância de uma gestão financeira responsável, como a que ele busca implementar no Atlético-GO, um clube que se orgulha de estar "saneado e sem dívidas". O dirigente expressa sua preocupação com a possibilidade de clubes se afogarem em dívidas sem volta devido à falta de regulamentação.

O dirigente do Atlético Goianiense enfatiza a necessidade de uma legislação que estabeleça regras claras e limites para os clubes. Ele ressalta que é "impossível fazer futebol sério sem obrigações, deveres e limites", e critica a falta de responsabilidade de alguns gestores que deixam "rombo" nos clubes sem qualquer consequência.

Impacto das SAFs e a Urgência de uma Liga Forte

O advento das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) no Brasil, segundo Adson Batista, provocou uma "transformação faraônica" no cenário futebolístico, com um fluxo de dinheiro expressivo nos campeonatos. Ele reconhece o potencial das SAFs para o desenvolvimento do futebol nacional, mas defende a criação de uma Liga forte que proteja os interesses dos clubes e promova uma gestão financeira mais equilibrada.

Enquanto essa Liga não se concretiza, Adson Batista acredita que a CBF deve liderar um debate sobre o "fair-play financeiro", com o objetivo de coibir a "irresponsabilidade" de alguns clubes. Ele ressalta que a falta de controle financeiro pode prejudicar a sustentabilidade do futebol brasileiro a longo prazo.

Corinthians: Contratações e Dívida Bilionária

A dívida do Corinthians é de R$ 2,4 bilhões, incluindo os débitos da Neo Química Arena. Apesar da situação financeira delicada, o clube realizou 20 contratações na gestão de Augusto Melo em 2024, entre empréstimos e atletas livres. Essa movimentação no mercado, segundo Adson Batista, é um exemplo da falta de responsabilidade financeira que ele critica.

No início de dezembro, o Corinthians obteve uma liminar favorável da Justiça para reorganizar suas pendências nos dois meses seguintes. No entanto, a atitude do clube de seguir contratando mesmo com a dívida bilionária, é um ponto de grande preocupação para o mandatário do Dragão, que busca uma mudança na gestão do futebol nacional.

"Cada clube tem seus problemas, sua realidade, mas é inadmissível, por exemplo, o Corinthians , que deve mais de R$ 2 bilhões e está contratando e queimando dinheiro a todo momento. Eu tenho um clube saneado em sem dívidas e procuro ter muita responsabilidade para não jogar meu clube num abismo sem volta. Precisamos ter uma legislação. Temos que ter regras bem definidas. É impossível fazer futebol sério sem obrigações, deveres e limites. Tem clube que não tem a mínima responsabilidade. O presidente passa e deixa um rombo e isso não pode acontecer", disse Adson Batista em entrevista ao ge.

"Tivemos uma transformação faraônica. Em 2022 era uma realidade e hoje a realidade é outra. As Safs (sociedade anônima do futebol) entraram no futebol brasileiro com apetite muito grande e dinheiro infinito. O objetivo é ter uma Liga para termos um futebol forte como é na Inglaterra e na Espanha. Precisamos de uma Liga forte cuidando dos interesses dos clubes. Mas enquanto isso não acontece, a CBF tem que liderar uma discussão ampla sobre fair-play financeiro. Não podemos ter tanta irresponsabilidade", complementou o presidente do Atlético-GO, que foi rebaixado para a segunda divisão.