Brasileirão: Probabilidades de Libertadores e Rebaixamento - Análise Estatística

Metodologia Preditiva: Desvendando as Probabilidades do Brasileirão

A determinação das probabilidades de classificação e rebaixamento no Campeonato Brasileiro se baseia em modelos estatísticos sofisticados, desenvolvidos pelo economista Bruno Imaizumi. Estes modelos utilizam microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013, analisando minuciosamente as características de 4.530 jogos do Brasileirão. A chave para a precisão dessas previsões reside na métrica de expectativa de gol (xG), um padrão internacionalmente reconhecido.

O sistema considera diversos fatores para calcular o xG, incluindo a distância e ângulo da finalização, a presença ou ausência do goleiro, a parte do corpo utilizada, o tipo de chute (de primeira, ajeitada ou carregada), a perna utilizada, a origem do lance (pênalti, escanteio, etc.), a assistência, a posição do jogador, a força do chute, o valor de mercado das equipes (utilizando dados do Transfermarkt como indicador de qualidade do elenco ), o tempo de jogo, a idade do jogador, a altura do goleiro em jogadas aéreas, e a diferença no placar durante a partida. Por exemplo, uma finalização da meia-lua tem um xG de aproximadamente 0,07, dada a baixa probabilidade de conversão em gol (aproximadamente 7% de cem finalizações).

O modelo matemático utiliza a distribuição estatística Poisson Bivariada para calcular as probabilidades de gols de cada equipe durante a partida. Para chegar às previsões finais, é empregado o método de Monte Carlo, realizando dez mil simulações para cada jogo ainda não disputado. Essa combinação de dados e metodologia permite uma avaliação precisa do potencial de cada equipe, levando em conta o mando de campo e outras variáveis complexas.

A equipe do Espião Estatístico, responsável por essa análise detalhada, é composta por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Igor Mattos, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, e Valmir Storti.

Disputa acirrada pela Libertadores: Cenários para o G-7

Enquanto os seis primeiros colocados já garantiram vaga na Libertadores de 2025, a briga pela sétima posição está acirrada, com Cruzeiro, Bahia e Corinthians disputando ponto a ponto. Após a 35ª rodada, as probabilidades são: Cruzeiro (40,57%), Bahia (34,16%) e Corinthians (22,28%). Observe que a probabilidade do Cruzeiro diminuiu em 13,68 pontos percentuais, enquanto Bahia e Corinthians tiveram aumentos de 7,93% e 4,73%, respectivamente, após a partida Cruzeiro 1 x 1 Grêmio.

Apesar de cinco times ainda terem chances matemáticas (Vasco (1,90%), Vitória (0,67%), Grêmio (0,28%), Athletico-PR (0,10%) e Atlético-MG (0,04%)), a probabilidade é ínfima. O resultado da final da Libertadores, entre Botafogo e Atlético-MG, também influenciará o cenário. Se o Botafogo vencer, o G-7 se transforma em G-8, abrindo mais possibilidades. Porém, caso o Atlético-MG vença, a análise provavelmente continuará focada no G-7, dado a improbabilidade do Galo alcançar as sete melhores posições no Brasileirão.

É importante notar que as probabilidades não refletem exatamente as posições atuais na tabela. A modelagem considera os potenciais futuros, que podem divergir dos resultados passados, principalmente devido à inversão de mandos de campo no returno. O modelo considera a capacidade ofensiva e defensiva de cada equipe, levando em conta o desempenho em jogos futuros, contra oponentes específicos, em diferentes condições de mando de campo.

Previsões de Rebaixamento: Quais Times Correm Risco?

Com Atlético-GO e Cuiabá já rebaixados, a luta contra a queda envolve outros clubes. As chances de permanência na Série A, segundo os modelos estatísticos, são: Bragantino (30,08%), Criciúma (42,36%), Fluminense (55,38%), Juventude (86,96%), Athletico-PR (92,67%), Grêmio (94,72%), Vitória (98,73%), Atlético-MG (99,30%) e Vasco (99,80%). Os demais times já estão matematicamente garantidos na Série A.

O empate do Grêmio aumentou suas chances de permanência em 2,44 pontos percentuais, alcançando 94,72%. Os outros times na zona de risco tiveram alterações mínimas em suas probabilidades desde a última terça-feira.

Vale ressaltar que essa análise se baseia em modelos estatísticos complexos e que, apesar de sua precisão, não garantem resultados absolutos. A dinâmica do futebol é imprevisível, e surpresas podem acontecer até o final da competição.

Conclusão: O Poder da Análise Estatística no Futebol

A análise estatística, utilizando modelos como o xG e metodologias como o método de Monte Carlo, oferece uma ferramenta poderosa para entender as probabilidades no futebol. Embora não substitua a análise tradicional, fornece insights valiosos para compreender as chances de cada equipe em competições como o Brasileirão. A transparência da metodologia, aliada à expertise da equipe do Espião Estatístico, confere credibilidade às previsões apresentadas, fornecendo uma base sólida para discussões e análises mais informadas sobre o futuro do campeonato.

A complexidade do modelo, considerando inúmeras variáveis, demonstra a riqueza de dados e a sofisticação da análise, permitindo a construção de cenários probabilísticos que vão além da simples observação da tabela de classificação.