Revelações e Legados: A Copinha sob a Ótica de Ícones do Futebol

A Presença de Ícones na Formação de Jovens Talentos

A Copa São Paulo de Futebol Júnior transcende a simples competição, consolidando-se como um palco de revelação de futuros craques do futebol nacional. Contudo, o torneio também se destaca por abrigar figuras que, outrora, brilharam nos gramados e hoje atuam nos bastidores, transmitindo sua vasta experiência às novas gerações.

Um exemplo notável é o de Edson Boaro, ex-lateral-direito com passagens marcantes pela seleção brasileira, Corinthians e Palmeiras. Atualmente, ele se encontra em sua terceira participação consecutiva na Copinha, agora como técnico da Ponte Preta, equipe que já conquistou o título em 1981 e 1982. A estreia da Ponte sob seu comando será neste sábado, contra o Cuiabá, às 13h, em Santa Fé do Sul, marcando o início de sua jornada no Grupo 2.

A Trajetória de Edson Boaro: Do Campo aos Bastidores

Edson Boaro, carinhosamente apelidado de "Abobrão" devido ao uso de meias cor de abóbora no início de sua carreira, deixou sua marca entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1990. Ele chegou a representar o Brasil na Copa do Mundo de 1986, no México. Sua trajetória começou na Ponte Preta, onde se destacou antes de se transferir para o Corinthians em 1984, juntamente com o goleiro Carlos.

No Timão, Boaro acumulou 226 jogos, marcando oito gols e conquistando o título paulista de 1988, com um gol crucial no empate de 1 a 1 contra o Guarani na primeira partida da final. Sua performance lhe rendeu o prêmio "Bola de Prata" como o melhor lateral-direito do Campeonato Brasileiro de 1984.

Seleção Brasileira e a Jornada Pós-Corinthians

Boaro era um titular indiscutível da Seleção Brasileira na Copa de 1986, tendo jogado a partida completa contra a Espanha. No entanto, uma lesão no início do segundo jogo, contra a Argélia, o afastou do restante da competição, abrindo espaço para Josimar. Ao todo, Boaro vestiu a camisa da "Amarelinha" em 19 ocasiões.

Após o Corinthians , ele seguiu para o Palmeiras em 1989, onde atuou em 94 partidas e marcou sete gols ao longo de duas temporadas. Em 1991, passou pelo Guarani e, posteriormente, por outros clubes menores, encerrando sua carreira no Grêmio São-Carlense, em 1997, aos 38 anos.

O Retorno à Ponte Preta e os Desafios na Copinha

Como treinador, Boaro construiu sua carreira no estado de São Paulo, consolidando-se no São Bernardo entre 2011 e 2015. Seu retorno à Ponte Preta ocorreu em 2022, no início da gestão do atual presidente do clube, Marco Antonio Eberlin. Além de comandar o sub-20 na Copinha, ele também atua como auxiliar fixo da equipe profissional.

Nas duas edições anteriores da Copinha sob seu comando, o time foi eliminado na primeira fase em 2023 e alcançou a terceira fase no ano passado, sendo eliminado pelo Athletico-PR por 2 a 1. Agora, a Ponte Preta integra o Grupo 2, juntamente com Cuiabá, IAPE e Santa Fé do Sul. A equipe enfrentará o anfitrião Santa Fé do Sul na terça-feira, às 13h, e o IAPE na sexta-feira, também às 13h. Os dois melhores times de cada grupo avançam para a fase eliminatória.

A História da Ponte Preta na Copinha

Além dos dois títulos conquistados, a Ponte Preta chegou à final em outras cinco oportunidades (1975, 77, 86, 95 e 98) e alcançou a semifinal em 1971, 1999 e 2002, solidificando sua tradição no torneio e sua importância na formação de jovens talentos do futebol brasileiro.