Fim de Ciclo: A Conturbada Despedida de Fagner do Corinthians Após 11 Anos

O Declínio de Fagner e a Perda de Espaço no Corinthians

A trajetória de Fagner no Corinthians, que se estendeu por 11 anos, chegou a um término com sua transferência para o Cruzeiro. A temporada de 2024, em particular, foi um período de adversidades para o lateral-direito, marcando uma despedida amarga do clube que o projetou para o futebol. Apesar de um começo promissor, o ano se desdobrou em uma série de desafios que culminaram em sua saída.

Apesar de um bom início em 2024, com uma assistência crucial para o gol de Romero na vitória sobre o Guarani pelo Campeonato Paulista, a situação de Fagner começou a se deteriorar rapidamente. O excesso de cartões amarelos, sete em apenas 14 partidas, resultou em suspensões frequentes e impactou sua sequência na equipe. Contudo, ele manteve a confiança dos técnicos Mano Menezes e António Oliveira, que o mantiveram como titular.

Foto: ( Baggio Rodrigues/AGIF)

A Capitania e a Queda de Rendimento

A saída de Cássio em maio conferiu a Fagner a braçadeira de capitão, um momento que parecia indicar uma reviravolta em sua temporada. A equipe, sob sua liderança, viveu um período de bons resultados, com apenas uma derrota em oito jogos, e o jogador conseguiu evitar as punições da arbitragem. Contudo, essa fase positiva seria breve.

Em julho, Fagner estendeu seu contrato até 2027, um movimento que surpreendeu muitos, considerando a promessa do presidente Augusto Melo de que o jogador deixaria o clube ao final do ano. A chegada de Ramón Díaz ao comando técnico marcou o início de uma nova fase na trajetória do lateral, com o treinador argentino, inicialmente, exaltando o jogador, mas demonstrando uma nova postura nos treinos.

A Perda da Titularidade e o Fim da Linha

Sob o comando de Ramón Díaz, Fagner perdeu espaço para Matheuzinho, que gradualmente assumiu a lateral direita, tanto em esquemas com dois quanto com três zagueiros. A situação se agravou no final de setembro, quando Fagner foi expulso no clássico contra o São Paulo, em uma das poucas oportunidades como titular. Após esse incidente, ele teve pouquíssimas chances de jogo, assistindo de fora das quatro linhas às eliminações do Corinthians na Copa do Brasil e na Sul-Americana, além de perder a sequência vitoriosa da equipe no Brasileirão.

Números que Marcam a Despedida

O ano de 2024 foi marcado por recordes negativos para Fagner. Ele disputou apenas 41 partidas, o menor número desde seu retorno ao clube em 2014. Além disso, seu índice de cartões amarelos por jogo alcançou o patamar mais alto de sua passagem pelo Corinthians , com 0,29 por partida. Os números ilustram o declínio em sua performance e a dificuldade em manter a disciplina em campo.

Abaixo, um comparativo do desempenho de Fagner em termos de jogos e cartões amarelos nas últimas temporadas:

• 2024: 41 jogos / 12 cartões amarelos - 0,29 por jogo
• 2023: 57 jogos / 16 cartões amarelos - 0,28 por jogo
• 2022: 43 jogos / 9 cartões amarelos - 0,20 por jogo
• 2021: 47 jogos / 11 cartões amarelos - 0,23 por jogo
• 2020: 52 jogos / 10 cartões amarelos - 0,19 por jogo
• 2019: 59 jogos / 17 cartões amarelos - 0,28 por jogo
• 2018: 47 jogos / 12 cartões amarelos - 0,25 por jogo
• 2017: 53 jogos / 14 cartões amarelos - 0,26 por jogo
• 2016: 56 jogos / 12 cartões amarelos - 0,21 por jogo
• 2015: 48 jogos / 13 cartões amarelos - 0,27 por jogo
• 2014: 53 jogos / 12 cartões amarelos - 0,22 por jogo

A saída de Fagner do Corinthians representa o fim de um ciclo de 11 anos, marcado por altos e baixos, um capítulo que se encerra de forma conturbada e com um gosto amargo para o jogador e para a torcida alvinegra.