Time paulista enfrenta turbulências administrativas

Investigação sobre repasses de comissões no Corinthians

A instabilidade política no Sport Club Corinthians Paulista atingiu um novo nível de gravidade. A saída de Rubens Gomes da diretoria de futebol desencadeou uma sequência de desligamentos de aliados da gestão de Augusto Melo, presidente do clube. A situação se agravou após Gomes revelar que sua demissão está relacionada a pagamentos de comissões a um intermediário no acordo de patrocínio com a VaideBet.

A pressão interna e externa sobre Augusto Melo se intensificou com as renúncias do diretor jurídico, Yun Ki Lee, e do diretor jurídico adjunto, Fernando Perino. Pouco tempo antes, Sérgio Moura também havia deixado seu cargo, alegando problemas pessoais. Embora o diretor financeiro, Rozallah Santoro, e o diretor adjunto de futebol, Fernando Alba, tenham considerado a renúncia, foram persuadidos a permanecer.

Atualmente, o Corinthians possui três posições de liderança desocupadas. Augusto Melo justificou a não substituição de Rubens Gomes, argumentando que o departamento de futebol conta com o suporte do executivo Fabinho Soldado e do diretor adjunto Fernando Alba. No entanto, as vagas nos departamentos de marketing e jurídico são cruciais, considerando o delicado relacionamento com a VaideBet, principal fonte de receita do clube.

Impacto financeiro e ausência de liderança

A falta de chefia direta nesses setores impacta negativamente o clube, especialmente em um momento crítico para a defesa do contrato de R$ 370 milhões com a VaideBet, válido até 2026. A ausência de líderes em setores estratégicos enfraquece a capacidade do Corinthians de lidar com os desafios atuais.

Enquanto o clube luta para se reorganizar internamente, Augusto Melo está em viagem pela Europa. O presidente aproveitou a oportunidade para se reunir com potenciais compradores do atacante Wesley e fortalecer laços com outros clubes e agentes, em preparação para a próxima janela de transferências.

A polêmica comissão e as consequências

O contrato de patrocínio máster com a VaideBet é o centro da controvérsia. O Conselho Deliberativo do clube investiga o pagamento de uma comissão de R$ 25,2 milhões à empresa Rede Social Media Design, da qual R$ 1,4 milhão já foram pagos. A empresa é ligada a Alex Fernando André (Alex Cassundé), que trabalhou na campanha de Augusto Melo para a presidência, por indicação de Sérgio Moura.

O "Blog do Juca Kfouri" divulgou que a Rede Social Media Design repassou parte da comissão a uma empresa considerada ?laranja?, a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. O Corinthians , em nota oficial, declarou que "todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas. O clube destaca que não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros".

Reação da patrocinadora e o futuro do clube

A reportagem também indica que Marcelinho, diretor administrativo, exigiu o pagamento de uma parte da comissão a Alex Cassundé durante a ausência de Rozallah Santoro, que nega ter autorizado a transação. Insatisfeita com a repercussão negativa, a VaideBet enviou uma notificação extrajudicial ao Corinthians , solicitando explicações e ameaçando rescindir o contrato.

A situação exige uma análise profunda e medidas urgentes para restabelecer a confiança e a estabilidade administrativa do clube. A investigação em andamento e a pressão da patrocinadora colocam em risco a saúde financeira do Corinthians . O futuro do clube depende da transparência e da resolução eficaz desta crise de governança.

Imagem: Augusto Melo é presidente do Corinthians ? Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Imagem: Augusto Melo e Sérgio Moura em apresentação da VaideBet no Corinthians ? Foto: Jozzu/Agência Corinthians