Ações de Marketing e a Vaquinha da Neo Química Arena: Uma Análise Crítica

A Perda de Fôlego da Vaquinha e a Busca por Resultados

Após um início promissor, a campanha "Doe Arena" tem enfrentado dificuldades para manter o ritmo de arrecadação. Lançada há um mês, a iniciativa angariou cerca de R$ 34 milhões, um valor considerável, mas ainda distante da meta de R$ 700 milhões necessários para quitar a dívida do Corinthians com a Caixa. A velocidade da campanha desacelerou significativamente após um começo estrondoso, onde o primeiro milhão foi alcançado em apenas três horas. A dificuldade agora é "virar o dígito" ainda em 2024, o que demonstra um desafio considerável para os organizadores.

Aproveitamento da Vaquinha para Fins de Marketing

A vaquinha idealizada pela Gaviões da Fiel, com o objetivo de quitar a construção da Neo Química Arena, transformou-se em um palco para indivíduos e empresas que visam se promover às custas da ação. Marcas e celebridades têm se aproveitado da mobilização para impulsionar sua própria imagem, seja por meio de publicidade ou de fotos ostentando o certificado de doador. Um exemplo notório é o do Fielzone, um camarote com choperia localizado dentro da Arena, que, após realizar a 24ª maior doação, lançou uma campanha para incentivar outros torcedores. Os ingressos para este camarote, mesmo em jogos de menor importância, custam a partir de R$ 700.

O Caso da Fatal Model e o Marketing de Emboscada

Um dos casos mais emblemáticos é o da Fatal Model, uma agência online de acompanhantes, que destinou R$ 200 mil à vaquinha com o objetivo de se aproximar do marketing do Corinthians . A empresa chegou a se oferecer para arcar com o salário de Paul Pogba, caso o volante francês fosse contratado. Essa situação acendeu um alerta sobre o que especialistas chamam de "marketing de emboscada".

Análise Jurídica e Ética do Marketing de Emboscada

Na visão de especialistas consultados pelo UOL, este tipo de campanha, que visa utilizar a imagem de uma instituição para beneficiar uma marca, pode justificar um processo legal. A prática, embora não seja considerada ilegal na maioria dos casos, possui uma base jurídica que pode ser explorada. A questão ética também é levantada, questionando a exploração de uma causa nobre para fins de autopromoção.

Ex-Jogadores e a Busca por Aprovação da Torcida

Ex-jogadores também aderiram à campanha, buscando ganhar a simpatia da torcida alvinegra. Cássio e Emerson Sheik, por exemplo, figuram entre os 30 maiores doadores, utilizando a ação para fortalecer seus laços com os torcedores. O gesto, apesar de contribuir para a causa, também pode ser interpretado como uma forma de autopromoção por parte dos ex-atletas.