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Presidente do Vitória critica modelo de SAF e falta de fair play no futebol brasileiro

Presidente do Vitória critica modelo de SAF e falta de fair play no futebol brasileiro

Por Redação FuTimão em 18/10/2024 16:28

O modelo de SAF no futebol brasileiro: Uma análise crítica

O presidente do Vitória, Fábio Mota, usou uma entrevista coletiva para criticar o modelo de SAF no futebol brasileiro, apontando falhas e exemplos de como o modelo está sendo mal aplicado. Mota, que também anunciou um novo patrocinador e a renovação de contrato com o atacante Osvaldo, aproveitou a ocasião para expressar sua preocupação com a falta de fair play financeiro no esporte.

A declaração de Mota veio em resposta a declarações do presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, que acusou o Corinthians de estar "dando um golpe no futebol brasileiro". Dresch se referia à situação financeira do clube paulista, que, segundo ele, estaria contratando jogadores sem condições de pagar seus salários.

Mota corroborou a crítica, afirmando que o Corinthians está "contratando jogador para pagar R$ 3 milhões por mês, brigando com a gente cabeça a cabeça. Enquanto isso não consegue pagar o salário do mês".

O dirigente do Vitória também criticou a falta de responsabilidade dos clubes que não cumprem suas obrigações financeiras. "Essa loucura tem que acabar. Tem que ser responsabilizado. Tudo no Brasil tem lei. No futebol não é assim", disse Mota.

O impacto da falta de fair play no futebol brasileiro

Para Mota, a falta de fair play financeiro desequilibra o futebol brasileiro e afasta possíveis investidores. "Uma das razões para ter poucos investidores é isso. Eu sou o presidente, mas tenho equipe. Na Série C trouxemos um diretor faltando nove rodadas. Quando você acredita no trabalho, no projeto, tem que ir com ele até o fim", afirmou.

Mota também criticou a falta de limite de gastos entre os clubes, questionando a ausência de punições para os dirigentes que não cumprem suas obrigações. "Não sei se alguém viu dirigente de clube preso. Muitos deveriam estar presos. Acabaram com clubes. Isso aqui é uma terra sem lei", declarou.

Casos de SAF mal sucedidos: Vasco e Cruzeiro

A crítica de Fábio Mota se estendeu ao modelo de SAF, que, segundo ele, está sendo mal aplicado em alguns casos. "O Brasil não tem fair play, limite de gastos entre clubes. Não sei se alguém viu dirigente de clube preso. Muitos deveriam estar presos. Acabaram com clubes Isso aqui é uma terra sem lei", opinou.

Mota citou os casos de Vasco e Cruzeiro como exemplos de como o modelo de SAF pode ser prejudicial. "Muita gente com conta rejeitada. O cara assume clube de futebol, pipoca orçamento e larga a bomba lá. Não existe fair play no Brasil. Não existe limite de gastos. E se você faz uma SAF e encontra qualquer um... Um exemplo é o Vasco, que fez uma SAF e entregou para qualquer um. O Vasco voltou a ser Associação, e as dívidas ficaram. Não pode entregar clube para qualquer um. Tem que ver quem é o investidor", analisou o presidente do time baiano.

No caso do Vasco, a 777 Partners foi afastada do controle da SAF pela Justiça carioca. Já o Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno vendeu suas ações para Pedro Lourenço.

Vitória: um modelo de gestão diferente

Fábio Mota destacou que o Vitória não vive situação semelhante a outros clubes que fizeram a SAF, como Cruzeiro e Botafogo. "Vitória é uma instituição saudável, apertada financeiramente, mas que paga os seus funcionários e jogadores adiantado. Todo dia é uma guerra para pagar as contas", afirmou.

"Diferentemente dos outros clubes. A dívida do Vitória deve ser R$ 180 milhões. O Cruzeiro, que devia R$ 1 bilhão e tanto, o Botafogo, R$ 1 bilhão e tanto, que fizeram a SAF... Ou fazia a SAF ou fechava as portas", completou.

Em relação ao futuro do Vitória, Mota afirmou que o clube está em busca de um novo modelo de gestão, inspirado no Fortaleza, que mantém o controle majoritário do clube.

O Vitória está atualmente lutando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro e está a três pontos do Corinthians , primeira equipe fora da degola e que tem uma partida a menos.