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Ramón Díaz: Desafios, Visão e o Gigante Corinthians
Por Redação FuTimão em 19/11/2024 11:10
A trajetória vitoriosa e a filosofia de trabalho
Ramón Ángel Díaz, aos 65 anos, ostenta uma carreira extensa e repleta de conquistas no mundo futebolístico. Sua jornada o levou por onze países, forjando uma experiência ímpar que abrangeu diferentes culturas e realidades do esporte. Itália, Arábia Saudita, Japão, Egito, França, Emirados Árabes, Paraguai, México, Inglaterra e Brasil, além de sua Argentina natal, compõem o mapa de sua trajetória profissional como jogador e, posteriormente, como técnico multicampeão. Sua participação na Copa do Mundo de 1982, sob o comando de César Luis Menotti, ao lado de lendas como Maradona e Kempes, é apenas um capítulo de uma história de sucesso.
Atualmente à frente do Corinthians, Díaz mantém um perfil discreto, fugindo dos holofotes e preferindo a serenidade. Quase meio século dedicado ao futebol lhe ensinou a importância da cautela e da ponderação. Em suas palavras: "Gosto da tranquilidade, porque eu sei que o futebol tem muitas pressões. As pessoas querem resultados rápidos, querem que seu time jogue bem".
Sua vida pessoal também reflete essa busca por equilíbrio. Ele descreve seus momentos de descanso: "? Eu tenho uma fazenda, faço pecuária, gosto da produção, gosto da carne, do churrasco. Gosto da tranquilidade, porque eu sei que o futebol tem muitas pressões. As pessoas querem resultados rápidos, querem que seu time jogue bem, o jornalismo analisa você taticamente quando você muda, se você muda certo... está bem, mas quando se equivoca, é parte do jogo. Eu gosto da tranquilidade e eu gosto muito de apreciar a família, porque é muito tempo de trabalho e pouco com a família. Quando eu tenho, aproveito".
Visão estratégica e o futuro do Timão
Apesar de sua reserva, Díaz possui opiniões firmes e bem embasadas. Sobre a política, demonstra seu engajamento: "? Eu sou da Argentina e quero que a Argentina esteja bem. No Brasil você pode ter o que quiser, tem de tudo. Eu me surpreendo porque no Brasil e em São Paulo tem de tudo, e na Argentina nos custa ter alguma coisa. É um grande país, mas temos que mudar a mentalidade. Sua forma de trabalhar, sua forma de ver o progresso, de ver que a indústria cresça, que as coisas sejam justas para todos, que todos produzamos para que todos possam viver melhor. Mas o Brasil e a Argentina são potências."
Em sua primeira entrevista exclusiva à imprensa brasileira, o treinador não hesitou em afirmar sua convicção sobre a grandeza do Corinthians : "Corinthians é muito maior que o Vasco. Muito maior". Ele complementa: "Em nível institucional, de clube, é muito maior o Corinthians do que Vasco. Muito maior. Alguns por aí não vão gostar do que digo. Bom, a realidade é essa".
Sua ambição pelo clube é clara: "? Minha intenção é ficar, mais do que o contrato, minha intenção é ficar, porque eu gostaria de lutar com o Corinthians não contra o rebaixamento. Pelo que vejo, o Corinthians é um dos clubes mais importantes e precisa lutar lá em cima, precisa lutar pelo Brasileirão, precisa competir a esse nível. Times desta categoria não podem lutar contra o rebaixamento, não podem, não existe."
A pressão, os desafios e o trabalho em equipe
A experiência de Ramón Díaz no comando do Corinthians não tem sido isenta de dificuldades. O clube, sem títulos nos últimos cinco anos e lutando contra o rebaixamento, exige um trabalho árduo e estratégico. Para ele, a primeira atitude foi: "? O primeiro é ter claro os objetivos e a forma que você tem que jogar. Como você tem que jogar, como você tem que... não relaxar."
A estrutura do clube, no entanto, é elogiada: "? Este CT é um lugar incrível, tem tudo. Temos restaurante, temos os melhores campos. Eu, como treinador, trabalhei em campos muito ruins. Mas este CT tem quatro, cinco campos incríveis. Tem o hotel, tem as pessoas que trabalham, tem o restaurante, tem as pessoas que te tratam bem, que te fazem sentir confortável. Há uma união muito forte no CT. Há uma união muito forte entre o ambiente futebolístico e o que é Corinthians . Transmite tranquilidade e que é um grande clube. Falando com o Memphis, com o Carrillo, estão felizes porque é um clube incrível. Nós gostamos disso, que estejam felizes para poder jogar bem."
A pressão, inerente ao futebol de alta performance, é um elemento constante na carreira de Díaz. Ele a encara como um desafio: "? Eu gosto, nasci para isso, eu gosto dessa pressão, desses desafios. Como você disse, eu poderia estar em casa, na minha fazenda, mais tranquilo. Mas eu peguei o Corinthians com 12 pontos. É um desafio. E eu gosto dos desafios."
Aspectos da Cultura Brasileira e Reflexões Finais
A entrevista também aborda a vida pessoal de Díaz, a relação com sua família e a paixão pela pecuária. Ele compartilha momentos de lazer e a importância do equilíbrio entre a vida profissional e familiar.
A comparação entre o futebol brasileiro e argentino é feita com clareza e profundidade, destacando as diferenças de estilo de jogo e a pressão da mídia e torcida.
Por fim, Ramón Díaz demonstra seu carinho pelo Brasil, pela paixão do torcedor e pela cultura local. Ele finaliza a entrevista com uma mensagem otimista para a torcida do Corinthians : "Quero mandar um salve a toda torcida do Corinthians , que seguramente o melhor está por vir. Vamos continuar crescendo, vamos continuar trabalhando. Gosto muito de onde estou. Vou continuar errando, mas também vou acertar alguns. Muito obrigado."
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